A cidade do Rio de Janeiro se tornou o epicentro das discussões globais mais urgentes quando recebeu a Cúpula dos Líderes do G20 de 2024, que teve início em 18 de novembro. Sob a presidência do carismático Luiz Inácio Lula da Silva, o evento reuniu líderes de todo o mundo em um esforço para abordar os desafios sociais, econômicos e ambientais que pressionam nossa sociedade global contemporânea. As expectativas eram elevadas, pois o presidente brasileiro havia colocado na mesa uma agenda audaciosa focada não apenas em soluções emergenciais, mas em transformações estruturais de longo prazo.
A inclusão social foi um dos temas centrais, com um forte apelo para que os países-membros do G20 se comprometessem com reformas que promovam a equidade. Lula da Silva destacou a necessidade de ações coletivas e coordenadas para combater a fome e a pobreza, um desafio que foi ainda mais ampliado pelas consequências econômicas da pandemia de Covid-19. O lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza simbolizou essa determinação, convocando nações e organizações internacionais a se unirem em prol do objetivo comum de erradicar a fome até 2030.
O Canadá assumiu um papel de destaque ao anunciar sua participação tanto na referida aliança como na Global Clean Power Alliance, uma iniciativa liderada pelo Reino Unido. O foco desta última é impulsionar investimentos em energia limpa e acelerar a transição dos combustíveis fósseis para fontes sustentáveis. Neste ponto, o Brasil se manifestou fortemente, defendendo um desenvolvimento verde que considere as realidades locais e facilite acesso justo às tecnologias de energia limpa.
Durante a cúpula, líderes debateram formas de tornar a economia mundial mais verde e sustentável, alinhando-se com as exigências urgentes das transições energéticas. A necessidade de aumentar rapidamente o financiamento climático foi unânime, com uma visão clara de que o destino da sustentabilidade passa por revitalizar bancos de desenvolvimento multilaterais para que sejam maiores, melhores e mais eficazes. O encontro também ocorreu à sombra dos desafios geopolíticos, como demonstrado pela forte presença do Primeiro-Ministro canadense Justin Trudeau, que, além de articular noções de paz e segurança globais, reafirmou o compromisso do Canadá com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, mantendo um apoio inabalável à Ucrânia em seu conflito contínuo com a Rússia.
O desfecho do evento foi marcado pela Declaração dos Líderes, que signatários aprovaram, reafirmando o compromisso com a melhoria das condições de vida das pessoas em todo o mundo por meio da inclusão social e da reforma global. Na cerimônia de encerramento, foi anunciado que a África do Sul assumirá a presidência do G20 em 2025, sob o tema 'Solidariedade, Igualdade e Desenvolvimento Sustentável'. Essa passagem do bastão reflete um passo decisivo na direção de um modelo de cooperação internacional que prioriza tanto a equidade quanto o desafio crescente de lidar com a sustentabilidade ambiental.
O evento no Brasil também serviu para ressaltar a interconectividade dos desafios globais e a necessidade de soluções compartilhadas. Enfatizou a importância de investir no desenvolvimento infantil precoce como uma estratégia crítica para combater a fome, a pobreza e a desigualdade. A Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza dará prioridade a este campo em suas ações diretas, com o objetivo de alicerçar políticas abrangentes voltadas para as crianças.
O balanço da cúpula trouxe à tona a reafirmação de um compromisso claro com ações climáticas inclusivas e justas, chamando a atenção para a urgência de enfrentar a desigualdade dentro dos países e entre eles. Apesar da cúpula não reiterar explicitamente a implementação das medidas de afastamento dos combustíveis fósseis discutidas na COP28 em Dubai, ficou claro que o G20 mantém a linha da sustentabilidade como parte integrante de sua agenda. Com discussões tão profundas e compromissos assumidos, a Cúpula do G20 no Rio de Janeiro se destacou como um marco significativo no esforço conjunto por um mundo mais justo e sustentável.
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