Denise Reymond: Mãe de Cauã Reymond enfrentou HIV, preconceito e desafios familiares

A trajetória de Denise Reymond diante do HIV e dos desafios familiares

Muita gente conhece Cauã Reymond pela carreira brilhante na TV, mas poucos sabem da história de resiliência por trás da sua família. Sua mãe, Denise Reymond, foi uma mulher que precisou lutar não apenas contra o preconceito ligado ao HIV, como também contra dificuldades marcantes dentro da própria casa. Denise morreu em 2019 por complicações de um câncer de ovário, mas deixou uma marca profunda no filho e uma história de superação que permanece relevante nos dias de hoje.

Denise não veio de um lar comum. Ela foi criada por uma mulher que já trazia a palavra coragem no currículo: a própria avó de Denise, que era cadeirante e solteira. Não bastasse isso, ela também adotou outra menina, irmã de Denise, que mais tarde desenvolveria esquizofrenia. Ou seja, desde cedo, Denise conviveu com a diferença, com a exclusão e com a luta diária contra o julgamento alheio.

O HIV entrou na vida da família como mais uma camada de preconceito nos anos 1980 e 90 — época em que falar sobre o assunto ainda era tabu pesado no Brasil. Denise optou pelo caminho da astrologia e ganhou clientes, mas nunca deixou de lidar com olhares enviesados por conta da sua condição de saúde.

Impacto do estigma em Cauã Reymond e resiliência materna

Quando pequeno, Cauã sentiu isso na pele. Em entrevista recente ao programa 'Altas Horas', ele revelou que sofreu bullying por ser filho de uma mãe com HIV. O preconceito era tão forte que ultrapassava o limite da escola e se instalava até em lares de amigos, dificultando sua sociabilidade e autoestima. Isso foi agravado pela ausência do pai, que morava em Santa Catarina e pouco participava do dia a dia. A solidão foi uma companheira constante na infância do ator.

Denise, porém, sempre assumiu o controle da casa. Mesmo quando a saúde oscilava, fazia questão de mostrar força, guiando Cauã com carinho e ensinando a importância de nunca se envergonhar da própria história. Para ela, fragilidade nunca foi motivo para baixar a cabeça. O vínculo entre mãe e filho ficou ainda mais intenso diante das adversidades: cada dificuldade virou impulso para ambos se reinventarem.

Essas experiências marcaram Cauã para sempre. Hoje, ele revela que carrega a sensibilidade herdada das dificuldades familiares para seus papéis na televisão e no cinema. O passado doloroso virou combustível para interpretar personagens que refletem profundidade e empatia. Denise Reymond se foi, mas semeou na vida do filho um olhar generoso para as dores humanas e, acima de tudo, coragem para mostrar quem realmente se é, sem medo do preconceito.