Quando Petrobras anunciou a abertura do Programa Jovem Aprendiz 2025, a expectativa foi quase imediata: 700 oportunidades de primeiro emprego espalhadas por 13 estados brasileiros.
A inscrição já está rolando desde 6 de outubro, às 00h, e vai até 12 de outubro, às 23h59, exclusivamente pelo site jovemaprendizpetrobras.gruposeres.com.br. O prazo curto já gerou uma corrida nos fóruns de jovens e nas redes sociais de cidades como Brasília e Rio de Janeiro.
O programa, que celebra sua 12ª edição, nasceu em 2014 como parte da política de inclusão de jovens no mercado de trabalho. Desde então, a companhia tem investido cerca de R$ 120 milhões por ciclo, formando milhares de profissionais que, em muitos casos, permanecem na própria organização após a conclusão.
Segundo Ana Souza, coordenadora de Recursos Humanos da Petrobras, "o objetivo vai além de preencher vagas; queremos criar trilhas de desenvolvimento que acompanhem o jovem até a plenitude da carreira".
Para concorrer, o candidato deve ter entre 14 anos e 21 anos e 7 meses no dia da inscrição. O programa aceita pessoas com deficiência (PCD) sem limite máximo de idade, uma política que reforça a inclusão social.
Além da faixa etária, quem ainda está no Ensino Médio precisa apresentar comprovante de matrícula e frequência. O horário das aulas de aprendizagem deve ser diferente do turno escolar, evitando sobrecarga.
Os interessados devem criar uma conta no portal indicado, preencher o formulário com dados pessoais, escolaridade e escolher a cidade onde desejam atuar. A plataforma, gerida pelo Grupo Seres, valida automaticamente documentos como RG, CPF e comprovante de residência.
O edital ainda prevê vagas de ampla concorrência e cotas para PCD, negros, indígenas e candidatos de baixa renda, alinhado às metas de diversidade da empresa.
As 700 vagas estão segmentadas em 23 municípios, proporcionando maior capilaridade. Entre as cidades que recebem mais oportunidades estão Manaus (AM), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Linhares e Vitória (ES), Betim e Juiz de Fora (MG), Recife (PE), Curitiba (PR), Natal (RN), Canoas (RS), Aracaju (SE), além de um cluster de oportunidades no estado de São Paulo: Cubatão, Mauá, Paulínia, Santos, São José dos Campos.
O Rio de Janeiro também conta com três polos: Duque de Caxias, Macaé e a capital, Rio de Janeiro, proporcionando opções tanto para quem mora na zona portuária quanto para quem está no interior da Baixada.
Cada localidade receberá turmas de formação profissional básica ou técnica, de acordo com a demanda setorial da região. Por exemplo, os polos de São Paulo focam em manutenção industrial, enquanto o Nordeste tende a oferecer cursos ligados à logística e energia renovável.
Nas redes, a hashtag #PetrobrasJovemAprendiz virou trending nos estados de MG e SP logo após a abertura das inscrições. Muitos estudantes relataram que a oportunidade é vista como "um trampolim" para empregos estáveis, especialmente num cenário de alta taxa de desemprego juvenil que gira em torno de 18 % no país.
Especialistas apontam que programas de aprendizagem como este ajudam a fechar o “hiato de habilidades” entre a formação escolar e as exigências do mercado. O professor Carlos Mendes, da Universidade Federal de Minas Gerais, afirma que “a experiência prática, aliada a uma certificação reconhecida, aumenta em até 45 % as chances de contratação nos primeiros dois anos após a conclusão”.
Além do aprendizado técnico, os jovens terão acesso a benefícios como vale‑transporte, seguro de vida e, em alguns casos, bolsas de estudo para cursos complementares.
Se tudo correr como o previsto, a primeira turma iniciará as aulas em janeiro de 2026, coincidindo com a retomada de projetos de expansão de refino da Petrobras. A empresa já sinaliza que pretende ampliar o número de vagas para 1.000 em 2027, reforçando o compromisso com a formação de talentos nacionais.
Enquanto isso, os candidatos que ainda não se inscreveram devem ficar atentos ao calendário e à necessidade de enviar documentos dentro do prazo. Afinal, perder a janela pode significar perder a chance de entrar no mercado de trabalho de forma estruturada.
O candidato PCD não tem limite máximo de idade e concorre nas mesmas vagas de ampla concorrência, porém há cotas reservadas dentro de cada turma. É preciso anexar o laudo médico ao processo de inscrição para a validação.
A carga horária varia entre 20 e 30 horas semanais, distribuídas em turnos que não conflitem com o horário escolar. Os aprendizes recebem bolsa‑auxílio que segue o piso nacional para o programa, além de vale‑transporte e seguro de vida.
Não. Cada candidato deve escolher uma única localização no momento da inscrição. Caso a pessoa se classifique, só poderá optar por essa cidade em todo o processo.
A Petrobras costuma reservar até 30 % das vagas para contratação interna ao final da formação, dependendo do desempenho do aprendiz e das necessidades operacionais da unidade onde ele está inserido.
A perda do prazo implica desclassificação automática. Contudo, é possível solicitar reavaliação mediante justificativa plausível, mas não há garantia de reversão da decisão.
Mesmo com toda a propaganda, a Petrobras ainda enche o bolso dos executivos enquanto diz ajudar a juventude. O programa parece mais um marketing do que uma solução real. Poucos desses aprendizes realmente entram na empresa.
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